Tramando histórias, tecendo mundos...


Conhecidas como “as deusas do destino”, de acordo com a mitologia grega, as Moiras são três irmãs responsáveis por determinar o destino dos seres humanos. Filhas de Nix, a personificação da noite, são elas que tecem, enrolam e cortam o fio da vida, determinando assim o momento do nascimento, a sorte e a hora da morte de cada indivíduo.

Utilizam-se para isso de um tear, a Roda da Fortuna, de modo que a partir das voltas dadas pelos fios, explicam-se as cíclicas fases da vida, os momentos de sucesso e de fracasso de cada um.

Pensando metaforicamente o processo de criação literária como o ato de tecer o mundo em palavras, de criar novas realidades, é o escritor que cria e recria histórias, lugares, dá existência a seres; altera a ordem do tempo, propõem novas reflexões acerca de verdades estabelecidas, traz à tona figuras e fatos relegados ao esquecimento. O escritor, como um deus, tem o poder de dar vida, de mudar o destino e de determinar a morte em seus universos.

Diferente da escrita da história, a literatura prescinde da fidelidade aos fatos e, liberta, não se limita a reproduzir a realidade. Ela cria realidades.

A partir desta concepção, os grupos de pesquisa CNPq “Arquivos, fontes primárias e periódicos” (FURG) e “ICARO” (UFPel) organizam “A Noite da Criação”, uma espécie de laboratório de escrita no qual sete escritores pelotenses serão isolados em espaço comum e desafiados a produzir um texto criativo ao longo da madrugada refletindo sobre seu próprio processo criativo, suas concepções de criação, de obra de arte, seus desafios, técnicas, inspirações, relação com a tradição literária local, com seus leitores, enfim, refletir sobre a poética do processo criativo.

A programação desta atividade prevê a apresentação dos autores ao público do Seminário na noite do dia 13 de novembro, a produção ao longo da madrugada e um bate-papo sobre a experiência na manhã seguinte.

Enéias Tavares


Enéias Tavares é professor de literatura clássica na Universidade Federal de Santa Maria e especialista nos livros iluminados de William Blake. De romance, publicou A lição de anatomia do temível dr. Louison (Casa da Palavra, 2014), primeiro volume da série Brasiliana Steampunk, que reinterpreta os heróis da literatura brasileira do século 19 num cenário retrofuturista.

Mora num mausoléu iluminado por velas em castiçais e empoeirados lampiões à gás, na companhia de duas panteras, Mona e Penélope, um feroz cão de guarda disfarçado de bengala, Adamastor, e uma dezena de perigosos escorpiões robóticos, por enquanto inominados.

Leciona, pesquisa e traduz durante o dia & escreve ficção nas madrugadas. Dizem que nunca dorme. Registros disso você encontra ao buscar seu nome em redes sociais como Facebook, Instagram e Twitter.

Do acima escrito, acredite no que bem quiser.



Deco Rodrigues


Deco Rodrigues nasceu em Arroio Grande, em 1978; morou em diversas cidades do Rio Grande do Sul – como Camaquã, Gravataí, Rio Grande e Porto Alegre –, mas foi em Pelotas que encontrou inspiração para escrever seu primeiro romance, Três contra todos, publicado em 2013.

Nesta obra, situada na Pelotas dos anos 2000, Deco aborda de modo picante e original temas como a homossexualidade e o poliamor.

Instigado pelo cenário cultural pelotense, entre 2007 e 2008 Deco manteve, em parceria com Jeferson Sigales, o site narua.net, com o objetivo de divulgar, principalmente a partir de fotografias, a vida noturna da cidade.

Em 2009, idealizou e inaugurou o site e-Cult Pelotas, reconhecido veículo de propalação do cenário cultural da cidade e região, com um perfil jornalístico e informativo, dando destaque a eventos, artistas e instituições de fomento à cultura.

Em 2013, mesmo ano em que passou a integrar a equipe da Secretaria Municipal de Cultura em Pelotas, Deco – que confessa ter um especial interesse pelo gênero suspense e traz em seu repertório de leitura alguns escritores pelotenses contemporâneos, como Nauro Jr., Manoel Magalhães, Ju Lund, Juliano Cazarré e Daniel Moreira – lança seu primeiro projeto literário, Três contra todos, e conquista um público considerável pela leveza de sua narrativa e pela abordagem franca e polêmica de temáticas emergentes.

Pablo Rodrigues


Pablo Rodrigues, 36 anos, jornalista e escritor  não necessariamente nesta ordem.


Autor de mais de cem contos, a maioria publicados no Diário Popular.

Um livro de textos do gênero deve vir a público até o final deste ano. O prefácio é de Aldyr Garcia Schlee, o que, para qualquer escritor, sempre traz o risco de a apresentação ser melhor do que o livro em si.

Apaixonado por literatura, sobretudo a de João Guimarães Rosa e a de João Simões Lopes Neto, em 2013 recebeu o prêmio 300 Onças, do Instituto João Simões Lopes Neto.

Crê em Deus, mas misturado em todas as coisas. E evita o demônio, na maior parte das vezes. Trava o bom combate.

Só é feliz, verdadeiramente, quando ama. Ou quando escreve.

Nauro Júnior


O fotógrafo e documentarista Nauro Júnior tem 46 anos, é formado em Filosofia pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e pós-graduando em Docência em Ensino Superior pela PUC/RS.

Ao longo da carreira fez trabalhos para as revistas Veja, Carta Capital, Isto É, Época e para os jornais Folha de São Paulo, Estadão, O Globo, Correio Braziliense e New York Times.

Como repórter fotográfico tem no currículo grandes coberturas jornalísticas, como as comemorações dos 500 anos do Brasil - em Brasília e Porto Seguro (2000), o aniversário de 40 anos de Brasília (2000) e a posse do presidente do Uruguai, Tabaré Vazques (2005).

Foi ganhador de prêmios nacionais de fotografia, como o da Confederação Nacional de Transportes (CNT), Massey Ferguson, Direitos Humanos, Prêmio ARI, entre outros.

Na literatura fez sua estreia em 2009 com o livro A noite que não acabou, em parceria com o jornalista Eduardo Cecconi. O livro-reportagem narra uma das maiores tragédias do futebol gaúcho, o acidente ocorrido com a delegação do Grêmio Esportivo Brasil, em janeiro de 2009. A publicação tem prefácio do escritor Aldyr Garcia Schlee.

Nauro Júnior aventurou-se pela segunda vez na literatura em 2012, com o romance Náufrago de um mar doce (Satolep Press), lançado em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Pelotas. O livro conta a saga de um pescador que sobreviveu a um naufrágio na Lagoa dos Patos. A história já está na segunda edição e teve os direitos adquiridos pelo cineasta Henrique Freitas Lima, que irá adaptá-la ao cinema em 2016.

Em 2013 lançou o livro de fotografias Pelotas em imagens, também foi lançado no Rio de Janeiro.

No ano seguinte lançou o Andanças imaginárias, com financiamento do Procultura/Pelotas. Desta vez o autor mergulha no mundo da poesia e divide a publicação com a filha Sofia, de nove anos, que faz as ilustrações.

A Expedição Fucamérica é um dos seus projetos permanentes. Teve inicio em 2011 e deve se estender até 2018, com uma viagem à Copa do Mundo da Rússia. As viagens a bordo do Fusca são documentadas pela tripulação, criando uma cobertura multimídia nas redes sociais.

Na área documental assinou a direção do clipe “Liga esse rádio”, do músico gaúcho Joca Martins.

O projeto “Luz na escuridão” trata-se de uma inovação na relação do autor com a construção de imagens. A partir de uma parceria com a Escola Louis Braille, em Pelotas, Nauro Júnior criou um curso de fotografia para alunos cegos e com baixa visão. O resultado é uma exposição que já passou pela Sociedade Científica Sigmund Freud e hoje é permanente na Escola Louis Braille, apresentando as fotografias produzidas pelos alunos. 

Jorge Braga


Jorge Braga nasceu em Pelotas/RS.

Exerceu a presidência da Associação Gaúcha dos Escritores Independentes – AGEI em 2005. No mesmo ano, o Estado/RS concedeu-lhe o título de “Personalidade da Cultura Gaúcha”, por ter cedido seus livros para impressão em Braile.

Em 2006, a convite do Instituto Estadual do Livro – IEL, seus livros foram integrados ao "Projeto autor presente", marco significativo na divulgação da literatura e da cultura no Estado/RS, pelo qual já ministrou palestras em mais de 80 escolas, com um público estimado de 6.000 alunos, na capital e no interior.

No ano de 2007, em Cachoeirinha/RS, foi Patrono da Feira do Livro e do autor gaúcho, tendo sido alvo de homenagem na Escola Municipal Deolinda Caetano Goulart.

Em 2013 foi o autor escolhido para começar a dar palestras de suas obras nas escolas na cidade de Pelotas/RS pelo "Projeto pé na escola" do jornal Diário Popular.


Obras publicadas:

2004 - Reflexeções, um breve instante no tempo. (poema e prosa). Duas edições;
2005 - Amores havidos. (poema);
2005 - Dedé Buscapé e os morangos. (história infantojuvenil). Cinco edições;
2007 - Dedé Buscapé e o reflorestamento. (história infantojuvenil);
2011 - Despertar por poesia. (poema e prosa);
2015 - Crisálida e o Aureliano (poema e prosa);
2015 - A Busca do diagnostico perfeito (história em quadrinhos).


Participação em coletâneas:

2005 - Vôo Independente;
2006 - Sem Digitais;
2011 - Joaquim Moncks & Amigos.

Vilma Ávila Vianna


Natural do Espírito Santo, mas radicada em Pelotas há décadas, a escritora Vilma Ávila Vianna é membro do Centro Literário Pelotense (CLIPE) e do Grupo Literário da Bibliotheca Pública de Pelotas (GLIB).

Seus trabalhos integram várias Antologias e Coletâneas. Além de colaborar com contos, crônicas e poesias nos jornais locais, a autora foi premiada em concursos regionais e nacionais.

Entre suas obras estão o livro de poesias - Haikais, publicado em 2010 e Pelos caminhos - Haicais e-book, 2014.

É também coautora dos livros de contos:
Tia Loló, a lixa de unhas e outras histórias, 2015
Contando Pelotas, 200 anos - em homenagem ao ducentésimo aniversário da cidade, em 2012
A Quatro Mãos, publicado em 2010
Contando, de 2009

Vilma é bacharel em Ciências Domésticas pela Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais, e Mestre em Ciências pela Universidade Federal de Pelotas, onde foi Professora da área de Nutrição e Alimentos. Aposentada, frequentou as Oficinas e o Laboratório de Escrita de Hilda Simões Lopes Costa.