Tramando histórias, tecendo mundos...


Conhecidas como “as deusas do destino”, de acordo com a mitologia grega, as Moiras são três irmãs responsáveis por determinar o destino dos seres humanos. Filhas de Nix, a personificação da noite, são elas que tecem, enrolam e cortam o fio da vida, determinando assim o momento do nascimento, a sorte e a hora da morte de cada indivíduo.

Utilizam-se para isso de um tear, a Roda da Fortuna, de modo que a partir das voltas dadas pelos fios, explicam-se as cíclicas fases da vida, os momentos de sucesso e de fracasso de cada um.

Pensando metaforicamente o processo de criação literária como o ato de tecer o mundo em palavras, de criar novas realidades, é o escritor que cria e recria histórias, lugares, dá existência a seres; altera a ordem do tempo, propõem novas reflexões acerca de verdades estabelecidas, traz à tona figuras e fatos relegados ao esquecimento. O escritor, como um deus, tem o poder de dar vida, de mudar o destino e de determinar a morte em seus universos.

Diferente da escrita da história, a literatura prescinde da fidelidade aos fatos e, liberta, não se limita a reproduzir a realidade. Ela cria realidades.

A partir desta concepção, os grupos de pesquisa CNPq “Arquivos, fontes primárias e periódicos” (FURG) e “ICARO” (UFPel) organizam “A Noite da Criação”, uma espécie de laboratório de escrita no qual sete escritores pelotenses serão isolados em espaço comum e desafiados a produzir um texto criativo ao longo da madrugada refletindo sobre seu próprio processo criativo, suas concepções de criação, de obra de arte, seus desafios, técnicas, inspirações, relação com a tradição literária local, com seus leitores, enfim, refletir sobre a poética do processo criativo.

A programação desta atividade prevê a apresentação dos autores ao público do Seminário na noite do dia 13 de novembro, a produção ao longo da madrugada e um bate-papo sobre a experiência na manhã seguinte.